Por Marcela Gonçalves


(1490-1576)
Museu do Prado

ou O beijo Eterno
de William Zadig
Vê-se nesse texto uma figuração do poder da arte e de sua fruição, a capacidade do autor de produzir todo um sentido através de uma obra. Esse quase dom de dizer não dizendo pode levar-nos ao padecer de luxúria. Não em uma luxúria vulgar, mais sim uma erótica, pois é do erotismo puro e tentador de que fala o texto, da capacidade que uma imagem possui de exercer um dado fascínio através do olhar, produzindo um desejo quase inefável de participar do que se vê. De uma forma direta ou indiretamente o espectador-fruidor encontra-se sexualmente inserido no espetáculo da arte. Nesse texto em especial a utilização da imagem feminina, pois segundo o autor ele é a personificação do erótico, outra arma do erotismo é a figuração e a mistificação do ato pleno que vai de um simples prazer estético (artigo de luxo) ao puro prazer carnal (sexual).
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