domingo, 12 de outubro de 2008

Censura e erotismo - contra ponto entre ticiano, Ovidio e os códigos da figuração erótica no séc. XVI e os textos da folha de São Paulo

Aluno: Dimitri Vasconcelos Santos




Sempre alvo de represálias, o erotismo é repudiado e combatido desde a Idade Média pela a Igreja que visava ter um controle absoluto da vida dos seus fiéis. Nessa época o sexo era publicamente aceitável somente para fins de reprodução, não podia ser de forma nenhuma uma busca por prazer.
Em seu texto ”Ticiano, Ovídio e os códigos da figuração erótica no seculo XVI” Carlos Ginzburg diz que uma imagem erótica “em sentido restrito, é uma imagem que se propõe de modo deliberado excitar sexualmente o seu espectador-fruidor”. Com as proibições da Igreja o erotismo ficava sempre restrito ao particular, ao privado.
Atualmente mesmo numa época em que, teoricamente, todos defendem a livre expressão de pensamento, nossa sociedade mostra que nem mesmo as luzes do iluminismo conseguiram apagar os estigmas medievais em relação ao erotismo. Uma prova de que nossa sociedade ainda não saiu completamente do período das trevas foi o recente episódio da demissão de um professor de literatura no Rio de Janeiro. Ao descobrirem que o professor publicava poesias eróticas em seu blog na internet, os pais dos alunos pressionaram o colégio para que o demitisse.
Novamente perseguido por resquícios da Igreja medieval que agora se camufla atras da idéia da “moral e bons costumes”, o erotismo continua sendo abertamente condenado.
Esse incidente absurdo é a demonstração mais clara da hipocrisia e atraso da nossa sociedade atual, que se esconde atrás de um rótulo de uma sociedade democrática, moderna e liberal, mas que na realidade ainda não entende que vivemos agora em uma sociedade da informação livre; uma sociedade que não vê que já não se pode mais controlar tudo que é visto e produzido.
Fatos como esse e tantos outros que ocorrem diariamente em outras áreas e com diferentes intensidades, mostram a real importância do avanço que foram dos ideais iluministas e humanistas para a construção de uma sociedade ideal.

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