terça-feira, 14 de outubro de 2008

Contraponto entre o texto Ticiano, Ovídio e os Códigos da Figuração Erótica no século XVI e o texto sobre a exoneração de Oswaldo Teixeira

POR MARIANA OLIVEIRA


A imagem (ou arte) erótica sempre foi e ainda é motivo para discussão social devido ao fato de representar a frustrada intimidade do ser humano e suas relações e por esse mesmo motivo ser analisada de maneira preconceituosa.
Em suas primeiras manifestações eróticas (século XV e XVI) a arte passou a representar uma série de problemas passando a ter o poder de causar efeitos nefastos, segundo os críticos da época. Um dos primeiros questionamentos era sobre a idolatria dessas imagens e os impactos conturbadores que estas causariam. Nesse período, a religião era controladora das atitudes particulares dos indivíduos, tendo a capacidade de designar quais ações deviam ser tomadas conforme a classe e o sexo. Portanto, pode-se perceber que desde as primeiras aparições da arte erótica há uma maneira de manipular as consumições desse produto visto que sempre foi objeto dicotômico entre a vulgaridade e a sublimação, sacralização e o pecado.
Na contemporaneidade (fala-se aqui do século XXI) a visão preconceituosa ainda impera sobre o erotismo. Televisão, revista, rádio, enfim, diversos meios de comunicação fazem campanhas e propagandas sobre o uso de preservativos, de doenças sexualmente transmissíveis e para a sociedade falar em sexualidade, em libido é um abismo intangível. Isso é medo ou vergonha do não saber realmente o que o sexo proporciona?
É inexplicável como na pós-modernidade ainda é possível censurar um direito: o direito de expressar o que pensa e sente, principalmente, sobre algo cotidiano, comum. A exoneração do cargo de professor de Oswaldo Teixeira (docente de uma escola particular do Rio de Janeiro) publicada no jornal Folha de São Paulo, devido o preconceito dos pais dos alunos sobre as suas artes eróticas não passa de uma ignorância e de egocentrismos e que deve ser levado à justiça para que além de ser provada a intencionalidade do professor, fazer a sociedade repensar sobre a liberdade de expressão e o quão é importante tratar desse assunto para com os jovens.

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