segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A Imagem - Octavio Paz

Aluno: Raphael Silva Rios Nascimento

Octavio Paz afirma em seu texto como o pensamento ocidental sempre se baseou em uma dicotomia simples: "isto ou aquilo". Assim, tudo o que não fosse idéias claras e definidas, acaba sendo submetida à clandestinidade, como acontece com a mística e a poesia. E o exílio da poesia, acaba fazendo com que o homem ocidental se distancie de si mesmo e do mundo ao seu redor. Já o pensamento oriental não sofre de tal revés. A fórmula oriental é simples: "Tu és aquilo". É nisso que se baseiam os filósofos budistas, os exegetas do hinduísmo e os seguidores do taoísmo. Todas essas doutrinas se baseiam que a oposição entre isto e aquilo é ao mesmo tempo relativa e necessária, mas que há um momento em que esse cessa a inimizade entre estes termos tão antônimos na linguagem. A linguagem é significado: sentido de isto ou aquilo, onde cada vocábulo possui significados distintos, que são mais ou menos conexos entre si. Porém, apesar de se basear em uma infinidade de significados, no momento em que os ordenamos em uma frase, todas as possibilidades se fixam em um único sentido. Já a imagem poética, a pluralidade dos significados não desaparece. Todas as palavras mantêm seus valores, sem excluir seus significados primários, secundários e assim por diante. As imagens feitas por um poeta possuem sentido nos mais diferentes níveis possíveis. Pois aqui trata-se de uma verdade psicológica, a expressão da visão do poeta do mundo, a realidade de sua própria existência.

Nenhum comentário: